quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Profético

Soluços.
Bater de porta,
ventania,
cigarro aceso,
cinza,
fumaça no palato
um trago,
mais fumaça,
queimadura.
Medo,
mais e mais fumaça.
A noite, 
som do lápis rabiscando a celulose,
tosse, 
unhas roídas,
olhar perdido,
cigarro apagado, 
dedos franzinos, 
vento,
Pó.
Só,
Só.
Só, somente frio.

Madrugada

Porque você dorme tanto, ou melhor, como consegue dormir?
- E fácil, é só fechar os olhos!
Deitar ao acolchoado travesseiro, repousar o corpo na estrutura macia e fechar os olhos... Me faz lembrar dos fracassos, dos medos, dos erros, das mentiras, dos enganos, do silencio, do não silenciar, do erro, do acerto, embora mais erros que acertos, da fé, da falta de, do que tenho, do que não tenho,  do que perdi, do que abri mão, do que faço, do que deixo de fazer, dos olhares, das críticas devidas e indevidas, do cansaço, da emoção, da falta de, me faz temer a noite. As noites são frias e evasivas, me despertam sensações incontroláveis, o recuo de invasão de minhas verdades e mentiras. A escuridão é sombria, a constância de solidão é abrupta, me faz desistir, me faz temer o vazio.
Me sinto uma carcaça vazia e frívola, apesar de tantas coisas em borbulhas, não possuo nenhuma doença incurável, não estou as ruas ao relento, não passo fome, pelo menos, não todos os dias, nunca matei, a não ser insetos, talvez já tenha roubado, nada que me faça criminoso apenas alguém com sua moral ferida, já menti, omite, quem sabe até ludibriei, mas ai está mais um sinal da frívola humanidade, até esse momento não atentei contra o patrimônio de ninguém, somente o meu. Já chorei, já fiz alguém chorar, ou quem sabe muitos alguns e chorei por pouquíssimos ninguém, já fui culpado, absolvido, dia e noite por inúmeros crimes e o pior não me sinto criminoso. Me divirto com as culpas ou me culpo por não te-la, absolvo e condeno a cada fechar de olhos. Fico imaginando como deve ser estar só com a cabeça emergida na latrina, na absoluta verdade o sadismo que delato sei como é estar submergido na latrina, pobre, pobre criatura, nem aquele que se compadece rasga a escuridão de meus desertos. 
Rodeado de espertalhões, cientistas, biólogos, humanistas, cristianistas, espiritualistas, artistas e as vezes choro e rio por tanto achismos pessoais e terceiros. Quantas manchas há em meus subterfúgios, me chame de egoísta, me julgue e me faça refém das suas utópicas crenças, me deixe rebelar, me faça mais uma vezes duvidar do que sou, serei ou fui, vamos, diga o que pensa, diga o que senti vontade, mas fale nesse momento, depois, silencio, pois barulhos atrapalham meu leve ressonar.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Avatar


Tic, tac, o som dos badalos de tempo, de dobres, som imperceptível aos ouvidos durante a rotina, obsoleto som que invade o silencio.
Líquido quente revestido por membranas ondulam-se ao meu redor, a minha morada, alimenta-me das sobras, a soma é conduzida para a minha evolução, mas me sinto confinado, impotente, apesar da supérflua margem nula de conhecimento. São exatos 270 dias, nesta mórbida escuridão, ao longe escuto vozes, sons, movimentos e me sinto encarcerado, movimentos de expurgo, a surpresa é notória quando percebo que irei abrandar a escuridão. A membrana me expeliu, há uma luz, muitas pessoas a minha volta, muita claridade, mal consigo abrir os olhos, durante as piscadelas de “curio”, percebo duas esferas gigantes e brilhosas me observando, pálpebra saltitante, cor de melado, mel, sobrancelhas grossas, uma profunda ternura em seu brilho, aos poucos uma nova cavidade se faz, com estúpido brilho, o sorriso. Fico tenso com tanta informação, tanta luz, tanta desordem e quero voltar para o envoltório, mas as esferas me olham e me acalmam, respiro forte e vou me acostumando as novas cores.
Tracei caminhos, percorri estradas, me senti livre, conheci o desconhecido, as badaladas parecia não ter mais importância.
Em dias de sol respirava fundo e deixava com que minhas esferas se transbordassem de lágrimas, nos dias de chuva corria por entre as vielas e meio fio, a surfar com meus pés as corredeiras, fazia sempre barco de papel para carregar meus sonhos em alto mar. Mergulhava sem medo de me afogar, descia e subia por entre as quedas de água pura e quando o sol ou a chuva se despediam lá estava você a me contar sobre as nuvens, as águas e sempre com seus pequenos e ternurentos olhos.
A sensação que mais admiro é a da brisa, o vento que percorre todos os caminhos sem nada ser barrado, que balança seus cabelos e contorna arranha céus. O vento que faz do bambu e seda, ave, a ave que sempre me ensinara a ser, aquela que não necessita de grandes asas, mas apenas de ar e linha, a linha que me amarra aos deuses, como cordões umbilicais que lhe fazem pássaros sem voar, que seus olhos brilham e se tornam maiores e ferozes por vida
Passados os efêmeros e utópicos devaneios sempre há o fogo, aquele que arde e queima. Que destrói, que junto ao vento arrasa rastros em quilômetros de destruição, que bombardeia casebres, que deixa queimaduras, cicatrizes que são ainda dolorosas. Marcas do vestígio da fúria, do calor do que a de ser humano, racional e sem norte. É certo que onde há fogo, há água, nem que sejam as lágrimas da pequena esfera e de outras que se lamentam da destruição da chama, da ira ardente.   
Com tic, tac, não se brinca, pois lentamente se descobre que é senhor de tudo, trabalhando em milésimos, contribuindo para o amadurecimento de nosso espírito, só o tempo é capaz, de nos dar o ar, a água, o fogo e a terra para pisarmos firmes, traçarmos nossos caminhos e continuarmos, pois este mesmo tempo que nos dá, nos toma.
Ao menos posso fechar os olhos e me lembrar dos teus olhos pai!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Em fase de Alfabetização


De certo que os grandes dramaturgos e contadores de história, dizem que uma narração, ou uma história deve-se ter começo, meio e fim. Bom como domino puerilmente a dramaturgia posso modificar a ordem cronológica da historia, ou ao menos deixar que meus dedos se apropriem das palavras e enredos de meu racional cérebro.Começarei então do fim...
O Fim seria o ponto final, mas quando se trata de um subterfúgio chamado "amor" pode ser o começo, sim o começo de um novo "amor", o fim do antigo "amor", o começo de uma grande dor, o fim de uma grande dor, a grande saudade do começo e a odiosa saudade do fim.  "Eu quero amar, amar perdidamente, amar só por amar."(Florbela Espanca) 
Ai está o fim de uma história, por querer amar, amar perdidamente, quando se ama não se perde, se encontra, se ama por querer partilhar a imensidão do céu, por querer ser chuva em dia de sol, por querer ser sol em dia chuva, por querer ser estrela que vive-se bilhões de anos, porque há um objetivo, a troca, a recíproca, o intenso, o singelo e o fugaz. "Amar perdidamente", não se perca de mim, se encontre em mim, me ame e se ame cada vez mais por me amar.

-Você sempre esteve ali, como uma flor com espinhos, mais uma flor que possuía uma inebriável beleza, parecia inacessível, intocável, mas consegui colhe-la, consegui cuida-la, consegui deixar de ser apenas planta daninha e passei a ser Girassol, com você ao meu lado poderia ser como me via, sem me envergonhar do que já fui... 

Não, essa não vai ser uma história de amor comum como qualquer outra, que se ama e depois se perde pra outro momento, causa, consequência, enfim, pessoa. Essa vai ser a história de "amor".Ainda não sei  como começar ao certo, apesar de possuir bastante desamor.Talvez eu ainda não consiga contar uma historia de amor por não ter vivido, não sei, mas quem sabe, os livros, os filmes, os grandes dramas me impulsione a amar...

-Você, a flor, que narrei acima, vivia em um jardim e eu a colhi, depois de tempos ao seu lado, percebi que você murchava, que você foi perdendo sua cor, seu brilho, sua vivacidade. Com o egoísta "amor" que sentia, não percebi que quando se colhe uma flor, de um jardim, ela irá morrer. E foi o que aconteceu, você "morreu".
Se transpormos esse trecho pra vida que vivemos, acredito que não há no mundo alguém que já não tenha cometido esse erro, não podemos desenraizar ninguém e se temos esse poder acabamos por ferir o amor próprio, de quem "amamos". 

Isso parece mais um artigo acadêmico, mas é através dos artigos acadêmicos que os universitários se baseiam e se formam, são pesquisas, não que eu ache que isso acrescenta a alguém, mas me sinto assim um universitário na questão de amar, sim, em seus primeiros anos, nem os estágios que fiz me embasaram completamente, quem sabe quando eu me graduar eu posso lhes contar uma história de "amor", enquanto não posso continuo estagiando sem orientador.



terça-feira, 5 de junho de 2012

Vai...

Portas cerradas, brutalmente atracada ao batente, maçaneta em estado precário, fechadura tapada com solda, forte, não quero ser o dono da verdade, não quero dizer que esta seja a maneira de consertar as coisas, mas não quero roubar as badaladas de tempo que ainda me restam, talvez essa seja a forma de me resguardar de omissões do que já fui, ou do que quiseram que eu fosse, ou quem sabe ainda do que me tornei.

Os temporais efêmeros que ocorrem aqui em minha insignificância, são meus, eu não deixarei ninguém usurpar, posso me reservar no direito de questionar a vida, ou de não me sentir satisfeito com ela. Eu não sei nada de mim, não sei nada de coisa alguma, mesmo assim insisto em disseminar minha opinião, posso me sentar e observar os riachos se transformarem em correntezas e me descobrir sem luz, na escuridão. O vazio que ocorre aqui dentro é tão cheio, que pesa, se transforma em toneladas de anseios e vômitos. Uma ânsia tão grande, que o estomago desdobra e se transforma em dobres de agonia, como se tivesse mais coisas a serem expelidas. Sinto que o céu se abre na escuridão da tempestade, que o vento se enfurece, que a alma gela,  que as paredes rangem e que a verdade desaparece como a brisa leve da primavera, as estações mudam com uma voracidade que não há percepção de folhas secas ou gelados ares. 


Me encolho e um canto e me permito perder entre horas, minutos, medos, distancia e falsas verdades. Eu quero cair no abismo e não quero que seja obstruída por nada, eu quero voar, não tenho mais tempo para esperar, pois na verdade a porta sempre esteve aberta, saí...A porta não existe, quero voar de volta pra mim. 








segunda-feira, 7 de maio de 2012

Manifesto

Quantas vezes caminhei em falsos caminhos criados pela minha mente?Chego a um limite que começo a duvidar de tudo que vivi em demasia, chego a crer que tudo pode ter sido criado pela minha medíocre mente, que posso ter percorrido diversas estradas sem saída, ou que posso ter inventado as saídas ou estradas. Os caminhos se embaralham com uma facilidade incrédula, chego a duvidar da sinalização proposta por entre as vias, talvez nem aja sinalização, quem sabe essa também não é uma etapa continua de vislumbre utópico?
A cada passo dado os obstáculos são encaixados como maquetes, como projetos de construções, parece que ao me desatentar de determinada situação eu me deparo com mais um novo desvio, desvios e mais desvios parecem ser montados, criados, não sei, parece que os operários dessa suposta repartição pública são bem diferentes dos reais, eles trabalham incansavelmente em horários quaisquer, tapam buracos, criam obstáculos, aumentam vias, afastam vias, não cansam, não param. E eu fico aqui observando que a cada novo caminho proposto, novos operários surgem para desequilibrar a minha jornada. Não há uma rua que não possua setas indicativas de auto flagelação, não se monta barreira alguma para ser driblada, não se forma um novo caminho em nenhuma instancia pejorativa, coerentemente a viabilização de recurso aqui parece a tona, não há projeto que não seja concluído.
A unica coisa que me preocupa nessa jornada é a falta de luz, os lugares se tornam mais perigosos sem luz e parece que os operários não se importam em trocar as lampadas.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Que assim seja

Carregado de obscuras energias, carregado de supérfluos sentimentos me deparo com imensa vontade de sentir a brisa doce do outono em minha pele calejada pelas vivencias, brisa leve de fino toque que a demasia quimera   não supera, já perdi a noção de quanto tempo faz que minha alma não se banha em momentos da utópica felicidade. Já percorri inúmeras rochosas montanhas de piche em busca dessa sensação, mais não a encontro em nenhuma esquina montanhosa, não a encontro nem ao se por da luz aquecida do sol.
Eu já fui assim, utópica e feliz?Ou nunca encontrei essa utopia? Não sei ao certo o certame que se forma ao meu redor, mais acredito que não se sinta falta do que nunca conheceu, então por mais que não me recorde da tão formosa e sutil brisa necessito senti-la, necessito ver os olhos da partida, necessito pular em carregados batimentos cardíacos. Hoje meu coração bate por uma perseguição da morte, queria que outrora acontecesse novamente, queria que a morte e a escuridão se afastasse por um tempo, já me acostumei com o escuro e talvez a luz me incomode, mas necessito dela, desejo ela, almejo ela.
Você que está ai lendo essas quimeras, talvez pense o que há? Mais não se assuste aqui jas um ser humano cravado pelo fracasso, mas que ao menos os fracassos não sejam utópicos. Um brinde a vida como ela é!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Blackout

Tic Tac, Tic Tac, são sinais de pulsação, Tic Tac, sim sinais de vida, Tic Tac, velocidade média de 70 batimentos por minutos, Tic Tac é assim que bate meu coração, Tic Tac também faz a minha mente, comprimidamente pressionada contra a parede visceral, Tic Tac ocorreu um breu Tic, agora caminho, por entre as castigadas gondolas de minha mente, sim um fast food programado a ele, sim, aquele que me toma por entre as noites, que me faz refém de sua intimidade obscura, que me transforma no que não sou ou por ventura  sou se me ver, ou me vejo e não creio.
Comodo Tic Tac, se esvai, eu não o escuto mais, percebo a dilatação de minha pupila, o olhar de perseguição, perseguir, perseguir o que? Seria comodo a estadia desse sujeito que aos poucos se transforma em mim, ou me transforma em si, complexo e confuso, como as entranhas resilientes da carcaça. Criatura de ditos e morais, cuspidas em palavras dispensadas pelas mazelas de seu frágil vocabulário, você que me toma, eu que te suplico a glória de fidentino vácuo, passarei sim por a trilha dos que não foram, das tormentas de um interno apocalipse, declaro guerra a você, declaro guerra ao que você é, declaro por livre despudor chulo que aqui me invade, matarei o seu ninho, derreterei suas lanças e me lançarei ao incomodo de sua utópica castidade.
Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac, Tic Tac, sangue, medo, remorso, pulsação alterada 140 batimentos por minuto, você no chão e seu coração assegurados pelos meus ralos e minúsculos dedos. 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Julieta

Criatura sombria de vasto despudor, percorre as mazelas escuras e viela sujas de fedor. Se arrasta por entre os escombros de sua falsa moral, dilacera as entranhas figurativas da escuridão, morbidamente observa os felinos grunhidos da penumbra, brinca com a morte, cria subterfúgios fedentes e utiliza dos feromônios noturnos.
Ora e quem não se presta a tal comportamento por desmedidos momentos? 
Essa que arrasta a esquina por entre seus fortes fios de vida, que repousa em qualquer superfície, que supera a própria alteridade do espelho, comete crimes em demasia e se flagela a toda hora. Contando com a pura ingenuidade de apenas viver a vida, que irônico, que despretensão, criatura lamentável, ao mesmo que torna a sua passagem carimbada, se deixa amordaçar pela hipocrisia de Shakespeare. Não estou criticando a obra do grande poeta, apenas ressaltando as fatalística vida dessa criatura, que deseja amar, amar perdidamente, que deseja ser, ou pensando melhor, ou não ser, independente da questão. Aquela criatura que procura um Romeu, um Romeu dos romances que não existe que foi contado, que foi criada e inventada. Essa Julieta é apenas uma brisa escura que acha poder percorrer todos os caminhos e no fim da trilha encontrar o furor da poesia. 
Pobre Julieta envenenada por um sentimento, ludibriada pela doce esperança Shakesperiana. E a criatura leitora da teoria, esperava que Julieta respirasse e em longo e profundo beijo se envenenasse pelo amor, sim o amor que cria asas e fabrica vulcões. Mas, a erupção causada pela morte venceu a criatura.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Melancolia

Banho frio, as mãos deslizam por entre as pernas, molhada de brisa, sabonete líquido preenche as entranhas da esponja, cheiro suave, espuma clara, gotas e gotas líquidas. Fortemente esfrega as costas, pele arrepiada, acalento de sombra, olhos frios, pele quente, pés pequenos, ombros largos, cheiro de água, gosto de água.
Permite que as gotículas se escorram, apanha uma toalha felpuda e macia. Mistura a pele ao úmido e seca suavemente. Não se cansa de percorrer os poros.
Se encaminha para a porta, gira a maçaneta, corro, me escondo. Timidez, olhos atentos, melancolia, hoje lhe conheci pelo buraco da fechadura.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Solitário

Fugaz.
Sem pudor,
sem medo,
Sentido de arrepio.
Somado a ebulição.
Sentinela negra,
subterfúgios vorazes,
sob a decima melanina,
simbolizando o apocalipse,
salutando por guerra.
Sabendo amar.
Soberano em despudores,
sigo sendo sádico, 
semeando surrealismos.
Sim. 

A Vigésima Quimera

Sei que em alguma parte de minha arrida caminhada me perdi, é uma pena que não consiga me achar dentre tantos devaneios tardios, talvez a próxima rua que cruzarei eu não reconheça mais o caminho, sempre me perco e não me acho, isso chega a ser irritantemente necessário se perder em si mesma e ser totalmente sem concordância e ate mesmo entrar pra dentro em malditos pleonasmos.
A última coisa que me lembro e que havia em mim uma pura felicidade, existia em mim um melado sorriso de canto e uma áurea iluminada de certeza, que em cada canto e a cada rua que passava projetava por entre meus curtos fios de cabelo a iluminação de um raio em dia de chuva coberto pela escuridão das camadas de gás. E isso acontecia por algo, sim, tenho certeza disso, mas não me recordo do que acontecera, minha mente vaga por entre os vazios de minhas histórias, não consigo encontrar um elo que me ligue a nada, qual será o motivo de torpe felicidade, qual será o motivo de me encontrar?
A cada esquina, a cada badalada, a cada poeira, a cada desistência me sinto mais distante de mim, passo a correr pelos caminhos em labirintos passos, caminho em círculos, aquela rua ali...eu já passei por aqui?Não tenho ideia de onde estou, de quem sou, só sinto uma maleita, uma estupida fadiga, meu corpo lateja, minha cabeça...minha cabeça dói. Quero me jogar em um leito e adormecer, talvez assim eu me encontrarei em sonhos.