quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Arcanjo

Te encontrei na noite passada, não sabia que eras tao belo, tao límpido, tao iluminado. Andava por entre os caminhos torpes e desfrutava com intensa voracidade de meus olhos, de minha pele, de minha saliva, olhava com ternura minhas preces, tocava em meus medos como se os roubasse, os tirasses pela efémera raiz, nocauteava minhas angustias e dilacerava minha misericórdia em perdão!Sim, eu o desfrutava, como se pousasse em dia ensolarado gigantesca borboleta colorida em meus dedos, batia asas vagarosamente, me espionava, me expunha como se me conhece-se a anos, não conseguia somente ler meus pensamentos, mas os realizava, como pura magia utópica discernia eu.
Lentamente mostrava o poder da mente, o poder do casulo que se transforma em catastrófica beleza com asas, que causa o desequilíbrio de outrora. Água límpida, água viva, boiava, submergia, raciocinava com tal logica que me deixava atônita, pasma, como se eu tivesse nascido com aquele suposto dom, o de ver, o de escrever meu destino, o de desfrutar a beleza do ser angelical. Viajava por entre devaneios tolos, subia e descia oceanos de vaidades, mas sabia que dali nasceria uma nova e fugaz ninfeta.