sábado, 4 de junho de 2011

Piquenique

Tarde de Sol, toalha quadriculada, frutas, vinho, folhas secas e calor. Um brinde a vida! Música de saudade, lembrança dos velhos e bons tempos. Salutava em te olhar, você como sempre sorridente, encantador, inebriante, me contava coisas que nem conseguia ouvir, seus olhos me tiravam a atenção. Que lábios são esses que se perderam, em qual época isso aconteceu, mãos frias, aproximou-se, entrelaçou seus dedos aos meus, me perguntou se sentia saudade. Por um momento achei que devia dizer a verdade, mas, como sempre sorri e disse sua companhia era importante!Os lábios se enrijeceram em uma piscada mostrou sua reprovação, mais vinho. Mais beijo molhado de saudade, lembrança.
Passei minhas mãos por entre a grama verde, a outra buscava um cacho de uva, me interrompeu. Burlou-me com seus olhos e lentamente colocou uma uva em minha boca, em demasia demora, eu ali esperava sedenta. Percorria por mim uma estadia felicidade, me dissera que em volto aos meus olhos parecia haver plumas, sorri.
O Sol de verão aquecia minha pele e me corava a todo tempo. Timidez sempre timidez, ou seria Sol. Vinho, gosto seco, olhos quentes, pele delicada. A tarde ia se findando, o sol se pondo e nós em pleno fuso horário.
Disse-me que sentia saudades, eu também sinto, o interpelei, mas sabe qual é a sua maior reprovação, ele disse. Respondi que não sabia, respondeu, não ter sido feliz! Talvez em supérflua situação fosse feliz, momentos felizes, felicidade plena não existe dizer que o amor nos faz imensos a ponto de colocar asas em pobre mortais é real, mas dizer que se pode viver um amor pra sempre, só em primavera musical.
Desapontou-me, me irritou, regurgitei as palavras em ásperas lembranças rancorosas. Os olhos se distanciaram o vinho, o sol, a pele, as frutas, a toalha, as lembranças, nos machucamos outra vez, nos ferimos com veracidade, qualquer verossimilhança é coincidência. Em fúria levantou-se e partiu. Deixou-me plantada, com todos os nossos sonhos e lembranças, mais uma vez. Só que dessa vez não deixou fagulhas, apenas a foto de outro alguém em minha toalha